Brasil apresenta candidatura para sediar Copa do Mundo Feminina de 2023

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Seleção Brasileira Feminina de futebol/ Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Com o crescente interesse da população brasileira no futebol feminino, o Brasil se colocou como um dos países candidatos a sediar a próxima Copa do Mundo da modalidade, em 2023. Além do Brasil, outros oito países concorrerão ao direito de sediar o torneio, e a escolha final da FIFA acontecerá em março de 2020.

A candidatura do Brasil acontece no momento mais oportuno possível, pois nunca houve tanto interesse pelo futebol feminino no país. A Copa do Mundo deste ano, que contou com um jandaiense como voluntário na recepção das delegações e foi realizada na França, bateu recordes históricos de audiência, e não apenas em jogos da seleção: A final entre Estados Unidos e Holanda, por exemplo, foi assistida por 19 milhões de pessoas no Brasil, mais do que nos próprios países finalistas.

E não são espectadores passivos, mas sim pessoas que assistem, torcem e comentam. Nesse quesito, o crescimento foi ainda mais exponencial. Os dados do mundial da França mostram que na primeira partida do Brasil, contra a Jamaica, os comentários sobre o jogo alcançaram 15 milhões de pessoas nas redes sociais, enquanto na última partida da fase de grupos, contra a Itália, este número subiu para 92 milhões.

E esse interesse não acabou junto com a competição realizada pela FIFA. De acordo com o portal UniversoDelas.com.br, o número de buscas pelo futebol feminino na internet aumentou consideravelmente após a competição, indicando que cada vez mais mulheres estão se interessando em acompanhar o esporte e até mesmo praticá-lo.

A Confederação Brasileira de Futebol há muito tempo vem prometendo mudanças estruturais e incentivos ao futebol feminino, uma delas já está funcionando: a obrigatoriedade dos times da Série A do Brasileirão masculino manterem uma equipe feminina em atividade, com riscos de punição ao time masculino caso o clube não cumpra a regra.

Em consequência dessa nova regra e do constante crescimento da modalidade em todo mundo, o Campeonato Brasileiro feminino de 2019 também já ganhou seu espaço na TV aberta e está quebrando todas as marcas de audiência. Segundo o site Dibradoras, o jogo entre Corinthians x Vitória, exibido pela Band no último domingo (4), obteve a mesma média de público que a principal atração da emissora, o reality show culinário Masterchef.

Essa consolidação feminina no futebol se vê inclusive no aumento do número de profissionais mulheres participando de debates e programas esportivos na TV, espaço que por anos foi majoritariamente ocupado por homens.

Todos esses dados fazem com que a candidatura do Brasil para sediar a próxima Copa ganhe muita força, por mostrar o potencial econômico que o evento pode ter.  A preocupação com a lotação dos estádios é menor aqui do que nos outros oito países concorrentes: as mais de 67 mil pessoas que viram o time de Marta bater os Estados Unidos na final dos jogos pan-americanos de 2007 no Maracanã são a prova de como o brasileiro abraça as jogadoras nas grandes competições.

A tendência é que o futebol feminina cresça cada vez mais. Caso a Copa do Mundo de 2023 seja realizada em território nacional, será dado um grande passo rumo a tão sonhada igualdade de gêneros no esporte mais popular do Brasil.

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