Baleia Azul: Estado adota medidas de proteção e orientação de jovens e adolescentes

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O Governo do Estado mobilizou equipes da segurança pública, educação e saúde e determinou a adoção de todas as medidas necessárias para proteger e orientar adolescentes em razão de suspeitas de tentativas de suicídio estimuladas pelo jogo virtual Baleia Azul.

Nesta quarta-feira (18/04), o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wargner Mesquita, anunciou a criação de uma força tarefa para investigar casos de jovens que procuraram assistência hospitalar nos últimos dias por conta de atos de automutilação e outros ferimentos autoprovocados.

Os trabalhos envolvem o Núcleo de Proteção a Criança e ao Adolescente Vítimas de Crime (Nucria), que vai fazer o primeiro atendimento, o Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) e o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) A formalização de inquéritos fica a cargo da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Científica também compõe o grupo.

Mesquisa explica que em cidades onde não há unidades da força-tarefa, a comunicação do crime deve ser feita na delegacia mais próxima, que vai direcionar os casos. “O trabalho da polícia é de identificar e responsabilizar indivíduos que possam estar recrutando jovens e administrando jogos por redes sociais, incitando ao suicídio”, disse.

Ele também reforçou a importância da atenção dos pais de jovens e adolescentes. “A orientação aos pais e educadores dos jovens é que se registre a ocorrência, seja preservado o material (celular e/ou computador) e prestado atendimento médico imediato”, afirma o secretário da Segurança Pública.

EDUCAÇÃO – A Secretaria da Educação emitiu um comunicado para que educadores da rede pública estadual reforcem os cuidados quanto à mudanças de comportamento dos estudantes – como alterações de humor, de rotina, vestimenta – ou o aparecimento de marcas no corpo e mesmo de tatuagens.

A secretária da Educação, professora Ana Seres, esclarece que as escolas já estão preparadas para lidar com situações inusitadas e de risco, não só como no caso o jogo Baleia Azul. “Pedagogos, professores, funcionários e diretores sabem que, ao identificar qualquer comportamento estranho num estudante, devem ser tomadas providências”, afirma.

Ela explica que as escolas devem chamar a família, conversar com o aluno e os pais e buscar um adequado encaminhamento para o caso, seja pedagógico ou médico. “Temos uma rede de proteção para ser acionada, que envolve a escola, a família, conselhos tutelares, Ministério Público. Importante é manter as crianças e adolescentes protegidos e com a assistência necessária”, completou, lembrando que a ouvidoria da secretaria também pode ser acionada pelo fone 0800-419192 ou pelo e-mail ouvseed@pr.gov.br.

ALERTA – A Secretaria da Saúde determinou que hospitais, prontos socorros, unidades de saúde e demais serviços de atendimento médico no Paraná redobrem a atenção em situações de automutilação e uso inadequado de medicamentos por crianças e adolescentes.

Uma nota técnica da secretaria vai orientar a conduta dos profissionais da saúde frente a este tipo de situação. Uma rede de serviços estará à disposição para dar suporte aos casos que forem registrados, tanto com assistência clínica quanto psicológica.

Para a família, a recomendação da pasta é que, ao identificar algum comportamento suspeito, leve a criança ou adolescente para a unidade de saúde mais próxima. “A situação é delicada e os pais devem ficar atentos ao comportamento de seus filhos”, afirma o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto. “Trata-se de um jogo criminoso que tomou conta das redes sociais e está vitimando nossas crianças”, disse.

Caso haja algum sinal de automutilação, o encaminhamento deve ser feito para o pronto socorro, de um hospital ou de uma Unidade de Pronto Atendimento 24h (UPA). “Órgãos de saúde, educação e segurança pública estão trabalhando em conjunto para dar uma resposta a sociedade frente a este grave problema”, declarou Caputo Neto.

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